Cordados - Vertebrados (Características Gerais, Agnatas, Condríctes e Osteíctes)

Os vertebrados possuem sistema circulatório fechado e sistema digestório completo. Sua reprodução é sexuada e a maioria das espécies é dióica. Sua fecundação pode ser interna ou externa, com desenvolvimento direto ou indireto.

Muitas espécies de vertebrados são OVÍPARAS, ou seja, as fêmeas eliminam os ovos que se desenvolvem no meio externo. Outras são OVOVIVÍPARAS, isto é, os embriões se desenvolvem em ovos, dentro do corpo da fêmea, se nutrindo apenas das reservas ali armazenadas. Existem ainda espécies VIVÍPARAS, em que os embriões se desenvolvem no interior do corpo da fêmea, alimentando-se de substâncias que retiram do sangue materno.

Dentro do subfilo Vertebrata (que possuem coluna vertebral e crânio) são distinguidos dois grandes grupos: as superclasses Agnatha e Gnathostomata. Esses termos significam, respectivamente, animais SEM e COM mandíbula.

Os agnatos são peixes primitivos, de corpo cilíndrico e alongado, que medem entre 15 centímetros e um metro de comprimento, na fase adula, sendo conhecidos como lampreias e peixes-bruxa (ou feiticeira). Sua pele é lisa, sem escamas e possuem uma única nadadeira carnosa na região caudal. Sua boca é circular, daí também serem chamados de ciclostomados.

A superclasse Gnathostomata agrupa todos os outros vertebrados, distribuídos em seis classes: Condricthyes, Osteicthyes, Amphibia, Reptilia, Aves e Mammalia.

Os condrictes e os osteíctes são peixes. Seu coração possui um átrio – que recebe o sangue venoso (rico em gás carbônico) – e um ventrículo, de onde o sangue é bombeado para as brânquias e aí é oxigenado.

Os osteíctes são animais AMONIOTÉLICOS, ou seja, excretam amônia, que é altamente tóxica e solúvel em água. Possuem como característica exclusiva do grupo, a linha lateral, estrutura que consiste em canais laterais presentes na epiderme, em contato com o ambiente externo por meio de poros, e várias terminações nervosas pelo lado interno. Trata-se de um órgão sensorial e de equilíbrio do animal, sensível a vibrações na água.

Os condrictes, conhecidos como peixes cartilaginosos, são representados por espécies de tubarões, raias e quimeras. Possuem o corpo achatado dorso-ventralmente e suas brânquias se abrem em fendas laterais na região anterior do corpo, sem proteção. Sua boca é ventral, possuem nadadeiras em pares e escamas placóides. A fecundação é interna, por meio de uma nadadeira modificada – o clásper, e o desenvolvimento é direto. Como estrutura sensorial possuem as ampolas de Lorenzini, parecidas com a linha lateral dos osteíctes.

Os osteíctes, conhecidos como peixes ósseos, são representados por 90% das espécies. Possuem o corpo achatado lateralmente e a boca terminal. Suas brânquias não se abrem diretamente no ambiente, sendo protegidas por uma placa móvel, o opérculo.Condrictes não possuem opérculo, por isso a corrente de água responsável pela oxigenção do animal é criada por seu movimento.

Geralmente possuem bexiga natatória, órgão que funciona como pulmão primitivo nos peixes pulmonados, mas que nos outros funciona como órgão flutuador. Nos condrictes sua flutuabilidade é controlada pela natação, já que não possuem esse órgão. A fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto ou direto.

O controle osmótico nesse grupo é variado.

 Osteíctes

Condríctes

Cordados - Urocordados e Cefalocordados

Esse filo (do latim chorda = corda) reúne os animais cordados, cujos representantes mais conhecidos são os peixes, os anfíbios, os repteis, as aves e os mamíferos. As espécies encontram-se distribuídas em três subfilos: Vertebrata, Urochordata e Cephalochordata.

São animais triblásticos, celomados, metamerizados e deuterostômios. A maioria das espécies tem esqueleto interno, sistema circulatório fechado e coração ventral. Além disso, como características exclusivas, os animais desse filo compartilham, durante o desenvolvimento embrionário, tubo nervoso dorsal, notocorda e fendas branquiais.

O tubo nervoso dorsal trata-se de dobras do ectoderma dorsal do embrião, formando um tubo, a partir do qual tem origem todo o sistema nervoso do animal. A notocorda é um bastão firme e flexível, situado no dorso do embrião, entre o tubo nervoso e o tubo digestivo, e sua função é dar sustentação ao corpo do animal. As fendas branquiais são fendas na lateral da faringe, que origina as brânquias nos cordados aquáticos, e os ossos da faringe nos terrestres.

Os urocordados e cefalocordados caracterizam-se por não possuírem coluna vertebral, encéfalo ou vértebras, o que lhes valeu a denominação de protocordados. 

Os urocordados apresentam notocorda apenas na fase larval e é restrita à região caudal. Os adultos são animais sésseis que vivem presos a rochas ou algas de grande porte em todos os mares do mundo. Há espécies de indivíduos solitários, outras são coloniais. Seu sistema circulatório é aberto, a maioria das espécies é monóica (hermafrodita) com reprodução sexuada (fecundação externa e desenvolvimento indireto) e assexuada, por brotamento.

Os cefalocordados são representados atualmente pelos anfioxos, animais marinhos de corpo achatado lateralmente e afilado nas extremidades, que medem poucos centímetros de comprimento e vivem semi-enterrados em praias de areia relativamente grossa. Filtram partículas de alimento em suspensão na água que passa por seu corpo e as trocas gasosas ocorrem principalmente pela superfície corporal, ou seja, têm respiração cutânea. Seu sistema circulatório é fechado e sua reprodução é sexuada, são dióicos, a fecundação é externa e o desenvolvimento é direto.

Equinodermas

São animais marinhos e de vida livre. O nome desse grupo decorre da presença de espinhos na pele (equino = espinho; derme = pele).

Nos filos estudados até aqui: o celoma é formado de uma fenda na mesoderme; a boca do adulto se origina do blastóporo; e o esqueleto é, em geral, externo, secretado pela epiderme, que se origina da ectoderme.

As características que aproximam, evolutivamente, os equinodermas dos protocordados são:

• O celoma forma-se a partir de dobras do intestino primitivo do embrião;

• O blastóporo origina o ânus, e a boca surge em outra região;

• O esqueleto, coberto pela epiderme, é produzido pela derme, camada que se forma da mesoderme, ou seja, o esqueleto é interno.

A maioria dos equinodermas apresenta simetria pentâmera, o que significa que o corpo pode ser dividido em cinco planos em volta de uma área central, onde fica a boca. Com esse tipo de simetria, os órgãos sensoriais estão distribuídos pela periferia do corpo, e os animais recebem informações de todas as direções do ambiente, o que é uma adaptação à vida fixa ou pouca mobilidade.

No entanto, os equinodermas originaram-se de espécies de simetria bilateral, como é evidenciado pela larva. A simetria radial é secundária, ou seja, uma modificação que ocorre ao longo do desenvolvimento do animal.

A superfície do animal é recoberta por epiderme, abaixo da qual está o esqueleto, formado por placas calcárias soldadas ou articuladas, geralmente com espinhos. O esqueleto desenvolve-se na superfície e funciona como uma defesa.

Situado nas zonas radiais, o sistema ambulacrário, origina-se do celoma e é formado por um sistema de canais, pelo qual circula a água do mar, funcionando como sistema circulatório e locomotor (contração dos músculos). 

 

O tubo digestório é completo, com presença de glândulas digestivas e digestão extra-corpórea em estrelas-do-mar, e forte aparelho mastigador nos ouriços.

A respiração é feita através de brânquias, ou estruturas semelhantes.

O sistema circulatório é muito rudimentar, com um líquido incolor, e suas funções são substituídas, pelo sistema aqüífero e pela circulação do líquido celômico.

Neste filo, o sistema nervoso é pouco desenvolvido (coerente com a pouca mobilidade desses animais) e acompanha anatomicamente o sistema ambulacrário. Na ponta dos braços da estrela-do-mar, existem olhos simples, capazes de perceber luz. Além disso, células táteis e olfativas estão espalhadas na epiderme.

Os sexos são quase sempre separados, e as gônadas desembocam no exterior por orifícios na superfície do corpo. Em geral, a fecundação é externa. O desenvolvimento é indireto, com formação de larvas de simetria bilateral, que sofrem metamorfose e transformam-se no adulto.

As estrelas-do-mar são capazes de regenerar braços danificados. Em algumas espécies, um único braço, desde que possua uma parte do disco central, pode crescer e transformar-se em um animal completo.