São animais triblásticos e
celomados, apresentam simetria bilateral, com corpo segmentado, exoesqueleto e
apêndices articulados, como as pernas ou patas, por exemplo (daí o nome do
filo: artro = articulação; podos = patas).
Como o dos anelídeos, o corpo dos
artrópodes é segmentado ou metamerizado, mas diferentemente daqueles animais,
essa segmentação só evidente nas formas larvares. Isso acontece porque, ao
longo do desenvolvimento, os segmentos se fundem e formam regiões distintas,
fenômeno denominado tagmatização.
Nos insetos, por exemplo, há três
tagmas: cabeça, na qual estão a boca
e os órgãos sensoriais; tórax,
geralmente encarregado da locomoção; abdome,
no qual está a maior parte dos órgãos internos (vísceras). Em alguns artrópodes,
como no camarão e na aranha, a cabeça está soldada no tórax; em outros, como na
lacraia, há apenas uma cabeça e um tronco.
O esqueleto, que se prolonga por
toda a superfície do corpo e até pelos apêndices, é formado por quitina (uma
proteína). Nos crustáceos, há também fosfato e carbonato de cálcio,
responsáveis pela alta resistência da carapaça desses animais. Nas formas
terrestres, principalmente, há ainda uma cobertura de cera impermeável, que
impede a desidratação, sendo uma importante adaptação à vida terrestre.
Além de proteger o animal, o
esqueleto proporciona ponto de apoio para os músculos estriados, capazes de
contração rápida.
O exoesqueleto funciona muito bem
para animais pequenos. Se fossem muito grandes, os artrópodes seriam tão
pesados que o esqueleto quebraria ou teria de ser muito espesso e pesado,
dificultaria seu deslocamento e a acomodação dos órgãos internos. Esse é um dos
motivos pelos quais não há, por exemplo, insetos do tamanho do ser humano.
Por envolver todo o corpo, o
exoesqueleto traz um problema para o crescimento do animal, que é resolvido por
mudas. Periodicamente, ao longo do
desenvolvimento e do crescimento, e sob o controle de um hormônio, a epiderme
secreta um líquido que forma um espaço entre ela e o novo esqueleto, ainda
flexível, que permite o crescimento do animal. Em determinado momento o
esqueleto velho, chamado exúvia,
arrebenta e o artrópode o abandona.
Por causa dessa troca periódica,
o crescimento nos artrópodes não é contínuo, como nos outros animais: há momentos
da vida sem nenhum crescimento, alternados com outros de crescimento.
O tubo digestório é completo e a
digestão é extracelular. Nas aranhas e nos escorpiões (aracnídeos) é
extracorpórea, ou seja, começa fora do corpo do animal.
Nos insetos, a respiração é feita por traquéias, que correspondem a
invaginações da epiderme em forma de tubos ramificados. As ramificações vão se
tornando cada vez mais finas e os últimos ramos atingem os tecidos. Não há
transporte de gases através da corrente sanguínea, não havendo, portanto,
pigmentos respiratórios. A entrada e saída de ar devem-se a movimentos do
corpo, principalmente do abdome.
O sistema circulatório possui corações peristálticos (não são musculares, sendo bombeados por músculos adjacentes) na região dorsal do abdome; no resto do corpo, o sangue circula por um
sistema de lacunas, que banham os órgãos (sistema circulatório aberto). As
excretas são absorvidas pelos túbulos de
Malpighi, lançadas no intestino pela extremidade aberta do tubo e saem do
corpo com as fezes. A principal substância nitrogenada excretada é o ácido úrico, insolúvel e pastosa, o que
diminui a perda de água do animal (mais uma adaptação dos insetos à vida
terrestre).
O sistema nervoso é formado por
gânglios cerebrais e ventrais, unidos por cordões nervosos. Há olhos simples e
compostos. Os compostos são formados por pequenas unidades que formam a imagem
como um mosaico. Além disso, os insetos possuem um sistema de comunicação
através de feromônios, substâncias
odoríferas lançadas no ambiente que transmitem mensagens a outros indivíduos da
mesma espécie.
Os sexos são separados, a
fecundação é interna e a maioria dos insetos sofre metamorfose.
Os crustáceos são, em geral, aquáticos, a maioria marinha. Há espécies
terrestres, como o tatuzinho-de-jardim, que vive apenas em ambientes muito
úmidos.
A respiração é feita por
brânquias, ramificações laterais situadas na base das pernas. Elas são
protegidas por abas do exoesqueleto, que pode formar câmaras cheias de água, o
que permite ao animal se afastar temporariamente do meio aquático.
A circulação é aberta, mas o
sangue contém pigmentos respiratórios. A excreção depende de glândulas situadas
na cabeça, chamadas glândulas verdes,
que retiram excretas do sangue e as eliminam por poros na base das antenas.
O sistema nervoso segue o padrão
geral dos artrópodes: presença de órgãos táteis e olfativos nas antenas e na
região bucal; de olhos compostos, que podem se localizar na extremidade de
pedúnculos móveis. Há também estatocistos,
que são dobras da epiderme com células sensitivas, que servem como órgãos de
equilíbrio.
Na maioria dos crustáceos, os
sexos são separados. Há casos de hermafroditismo como na craca. Em alguns
crustáceos, ocorre partenogênese; em outros, o macho transfere para a fêmea os
espermatozóides, e os ovos fecundados ficam presos aos apêndices da fêmea. O
desenvolvimento pode ser direto, mas, em geral, envolve estágios larvais.
Os aracnídeos são artrópodes tipicamente terrestres. Muitos são
carnívoros e predadores, mas também existem espécies ectoparasitas (como ácaros
e carrapatos).
O sistema
respiratório é formado por traquéias modificadas que formam cavidades mais
amplas, com dobras em forma de folhas de livro. Essas cavidades contêm sangue,
que transporta os gases com o auxílio de pigmentos respiratórios.
A excreção é feita pelos túbulos
de Malpighi e por glândulas coxais,
que se abrem na base das pernas. O sistema circulatório e o nervoso seguem o
padrão básico dos artrópodes. Os sexos, geralmente, são separados e a
fecundação é interna.
Os quilópodes e os diplópodes são
animais terrestres muito semelhantes. Podem ser carnívoros (lacraias) e
herbívoros (embuás). Possuem cabeça e tronco alongado. Seus diversos sistemas
são muito semelhantes aos dos insetos, com traquéia, túbulos de Malpighi,
sistema circulatório aberto e sistema nervoso ganglionar e ventral. Possuem
ocelos e cerdas táteis, sexos separados e fecundação interna. O desenvolvimento
é direto.
Tabela comparativa entre as Classes do Filo
E, para descontrair...
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